ESPECIAL Asfalto na Serra das Três Cruzes elimina riscos de acidentes e garante tráfego

17 DEZ 2019Por Silvio Andrade16h50

Campo Grande (MS) – Atravessar a Serra das Três Cruzes, trecho da rodovia MS-339 que dá acesso a balneários, fazendas de gado e soja e comunidades rurais de Bodoquena, deixou de ser um desafio para quem trafega pela região. O Governo do Estado, com recursos do Fundersul, pavimentou a passagem mais crítica, onde a declividade e sinuosidades acentuadas causaram acidentes graves, sendo intrafegável em períodos de chuva.

A intervenção do Estado com obra de infraestrutura em uma estrada de alto risco de acidentes para os usuários e fator limitador para o escoamento da produção e ao desenvolvimento do turismo, mudou radicalmente as condições de tráfego no trecho crítico da via, que compreende 1.580 metros. A pista estreita e pedregosa foi ampliada, com curvas menos acentuadas, rompendo os paredões rochosos da serra.

Frentista Edílson Silva Santos e o caminhão atolado durante a obra:Tempos difíceis para vencer a serra

 “O nome da serra é devido a um acidente trágico, ocorrido anos atrás, que matou três pessoas, entre as quais o noivo e a noiva que celebrariam o casamento na fazenda. Mas existem muito mais cruzes nesse trecho, já morreu muita gente nessas curvas perigosas”, lembra o frentista Edílson Silva Santos, 39, que cruza com frequência a serra transportando gado e suprimento para as fazendas.

Obra emblemática

Com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário, no valor de R$ 5,5 milhões, a obra consistiu em pavimentação e drenagem, exigindo detonação de explosivos para corte de rochas. O trecho fica localizado a 3 km do entroncamento da MS-339 com a MS-178 (que termina em uma indústria de calcário), descortinando em um grande vale ocupado por fazendas de pecuária.

Serra é caminho para uma região produtiva de gado e soja e acesso às comunidades rurais e indígenas

Para o prefeito de Bodoquena, Kazu Horii, o investimento do Governo do Estado em seu município vai alavancar a agricultura, que se expande com a soja, e o turismo, além de beneficiar diretamente as 83 famílias do Assentamento Sumatra e o distrito de Morraria do Sol. “Tudo o que é infraestrutura traz desenvolvimento. É uma obra emblemática para nós, esperada á muito tempo”, afirma.

“Ninguém quer produzir em um local de onde não vai conseguir chegar ou sair, além dos riscos de acidentes. Essa obra vai trazer facilidade, economia para os produtores, para que eles possam escoar a produção, e vai gerar riquezas para uma região onde também predomina o pequeno produtor. Estamos agradecidos ao governador Reinaldo Azambuja por trazer esse benefício a Bodoquena”, acrescentou Kazu Horii.

Trecho pavimentado, de 1.500 metros, mudou radicalmente o cenário de uma serra perigosa

Os mananciais de água cristalina têm atraído muitos empreendimentos no entorno da morraria. A MS-339 é importante via de ligação de dois ecossistemas – Pantanal e Serra da Bodoquena – e chega ao distrito de Morraria do Sul, no limite de Bodoquena com Porto Murtinho (MS-185 e MS-382), região de assentamentos e comunidades indígenas.

Serra era um desafio

Os 1.580 metros pavimentados representam o contorno da Serra das Três Cruzes, cujas condições naturais – íngreme e estreita, com curvas, ribanceira e muita pedra – sempre foram um desafio para os motoristas, que corriam risco de vida constante. Para superar o trecho, em época de chuva, os caminhões eram puxados por tratores.

“Acidentes ocorriam com frequência”, conta o presidente do Sindicato Rural de Miranda e Bodoquena, Massao Ohata. “É uma obra que trará grandes benefícios, além da segurança dos usuários da estrada. O novo acesso vai atender grandes produtores de soja e milho, o turismo e também uma parcela significativa de assentamentos”, acrescenta o dirigente ruralista.

Implantação da estrada exigiu detonação de rocha, alargando a pista e reduzindo as curvas acentuadas

Superar a serra foi um desafio também para os engenheiros e operários da obra. Grande parte do trecho exigiu detonação de grandes blocos de pedras e o corte retilíneo da morraria em mais de cinco metros de altura. A pista foi alargada e passa a contar com faixa de escape, suavizando as curvas, com serviços complementares de drenagem de águas pluviais.

 “Já enfrentei muitos apuros aqui com o caminhão carregado com bezerros”, lembra o caminhoneiro Edílson Santos. “Mas agora, com essa obra, vai acabar um pesadelo.” O capataz da fazenda Primavera, Marcos Scarabol, 29, passa pela curva perigosa da serra, onde fica a capela dos noivos mortos, e diz aliviado: “era complicado passar por aqui, em qualquer época, um descuido e você caia na ribanceira”.

Ponte do Salobra

Outra obra de infraestrutura de grande relevância para a região, executada pelo Governo do Estado, é a construção da ponte de concreto sobre o Rio Salobra em estrada vicinal de Bodoquena, que dá acesso ao Assentamento Canaã e a vários atrativos turísticos. A antiga ponte de madeira que existia no local desabou no fim de 2018 devido às fortes chuvas, isolando importante região daquele município.

“O Estado não tem obrigação nenhuma de construir uma ponte em estrada vicinal (do município), mas o governador Reinaldo Azambuja assumiu o compromisso conosco, no início do seu segundo mandato, e a ponte foi concluída, beneficiando grandemente um polo turístico e em expansão agropecuária e agricultura familiar”, comemorou o prefeito de Bodoquena, Kazu Horii. 

Orçada em R$ 1,6 milhão, a ponte foi finalizada dentro do cronograma, em novembro desse ano.  Situada a 13 km da MS-178 (Bodoquena-Bonito), a travessia tem 50 metros de cumprimento e uma largura de seis metros e atenderá a um grande fluxo de veículos e pessoas em busca de lazer e contato com a natureza nos balneários que circundam o cênico Salobra.

Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Edemir Rodrigues

Deixe seu Comentário

Leia Também