Poucos dias após comemorar determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a redução média de 53,94% no preço do pedágio na BR-163, o deputado Barbosinha (DEM) retornou à tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (4) para lamentar a decisão judicial que revogou o desconto.
A Justiça Federal deu ganho de causa ao recurso da CCR MSVias, empresa que ganhou concessão em 2014 para investir por 30 anos nos 843 quilômetros que cortam o estado de Norte a Sul. “A magistrada avaliou o processo em menos de três horas e não levou em conta os interesses do povo. Foi uma análise injusta, que compreendeu apenas o desequilíbrio financeiro à CCR Vias e não compreendeu que a população tem pagado 100% por um pedágio sem ter 100% do serviço efetivado”, lamentou o deputado Barbosinha.
O parlamentar afirmou que o contrato de concessão não está sendo cumprido, visto que além da duplicação há outras obras a serem feitas e calculou que um caminhão paga atualmente R$ 533 de pedágio para cruzar o estado. “Sabemos que melhorou a assistência e segurança, mas não vimos melhora no trevo do DOF em Dourados, não vimos viadutos nas entradas de Campo Grande, ainda há muito o que fazer”, criticou o deputado que sugeriu que a Assembleia Legislativa entrasse como amicus curiae no processo de recurso da ANTT para reverter a decisão.
O presidente Paulo Corrêa (PSDB) concordou com a demanda. “Após tanta luta, com audiências públicas, a assessoria jurídica da Casa de Leis está à disposição para avaliar a participação e intervir pelo povo”, ressaltou. “Essa é uma luta de toda a população, estou junto na indignação contra essa decisão judicial, que contraria os interesses do povo”, afirmou o deputado Coronel David (PSL).
Cabo Almi (PT) disse que a liminar que revogou a decisão da ANTT "é um desserviço”. “Instalaram as cobranças e praticamente pararam as obras. Qual o argumento? Não existe. A Justiça não teve o cuidado de conhecer a fundo o que está acontecendo, após todo o trabalho dessa Casa de luta. É um absurdo”, criticou.
Professor Rinaldo (PSDB) concordou. “Essa era a BR da morte. Após a concessão nós ficamos ansiosos pela duplicação, que não aconteceu. Pagar o pedágio cheio é a mesma coisa da gente pagar por um produto e só receber em casa 17% dele. Lamentável a decisão judicial. Também é preciso lutar pela mudança da lei de licitação, que deveria obrigar a entrega da obra”, ressaltou.
Os valores foram divulgados pela ANTT em Diário Oficial da União, com redução diferente a cada uma das nove praças existentes na BR-163 – confira todas aqui.