Representantes da Frente Parlamentar para o Desenvolvimentos da Unidades de Conservação Ambiental, coordenada pelo deputado estadual Renato Câmara (MDB), se reuniram nesta manhã (26) para a apresentação do vídeoe nota técnica sobre o Parque Nacional Serra da Bodoquena. O conteúdo do vídeo mostrou a necessidade da preservação do ecossistema e a campanha Parque Nacional da Serra da Bodoquena: Nenhum por cento a menos!.
Impresso sobre a preservação da Serra da BodoquenaRenato Câmara falou a importância do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. “Esse é um tema latente e pertinente, o Parque da Serra da Bodoquena é um patrimônio também sul-mato-grossense, apesar de sua gestão ser federal, e tem o inquestionável avanço da questão da preservação desta área, que é uma fonte de informações, de pesquisa, enfim, de produção de água até, mas tem as conseqüências, que é a questão dos produtores rurais que precisam ser ressarcidos, então diante disso, a Assembleia Legislativa está trazendo aqui para esta Casa de Leis por meio da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação Ambiental esta discussão”, relatou.
“Que possamos avançar, ter encaminhamentos e soluções para os problemas dos produtores, e ao mesmo tempo abrir as portas do Parque para a sua função social que é a pesquisa e a visitação. A agenda do governo do Estado está tratando como prioritária a solução deste problema, inclusive algumas questões já estão sendo encaminhadas. O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) está priorizando a liberação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e isso facilitará a compensação ambiental, a regularização fundiária”, destacou o deputado Renato Câmara.
A nota técnica foi emitida pela Fundação Neotrópica do Brasil. Juliana Terra pontuou alguns aspectos da biodiversidade. “A vegetação é de Mata Atlântica no Meio do cerrado, espécies raras, cerca de 60 espécies de mamíferos, e tantas outras espécies de aves, répteis e anfíbios. Também foi descoberta uma nova espécie de anfíbio na área e não temos a real dimensão de quantas espécies de peixes e artrópodes existem. Composta também por cerca de 200 cavernas e o que a gente conhece devido ao difícil acesso não traduz sua real importância para o ecossistema do mundo”, considerou.
André Luiz Siqueira, presidente da Organização Não Governamental Ecologia e Ação (Ecoa) falou sobre o imbróglio jurídico que envolve a área. “Há uma morosidade que se arrasta há mais de 21 anos e uma liminar recentemente extinguia praticamente 80% do território. A gente precisa é chamar a atenção da sociedade e dos gestores públicos porque existem várias maneiras estratégicas para resolver a questão o mais breve possível. O Parque não pode sofrer com isso, importância ímpar, hoje o maior indutor de renda de uma cidade que tem apenas 50mil habitantes, Bonito”, ressaltou.
Pedro de Oliveira considera fundamental participação da ALEMSO procurador da República Pedro Paulo Grubis Gonçalves de Oliveira, do Ministério Público Federal (MPF) considerou importante o engajamento do Poder Legislativo nesta causa. “É fundamental que a Assembleia Legislativa, enquanto representante do povo sul-mato-grossense se engaje neste processo e participe para que a gente possa preservar e garantir cada vez mais o Parque Nacional da Serra da Bodoquena como um patrimônio do sul-mato-mato-grossense, e do Brasil. É um final de Mata Atlântica que possuímos dentro do Estado, o turismo é fundamental para a região, sendo o patrimônio ambiental lá existente cada vez mais importante para a manutenção do ecossistema da região”, explicou.
O chefe do Parque da Serra da Bodoquena, Sandro Pereira, afirmou que não é só este o parque nacional que sofre com questões ainda não resolvidas. “Agradeço a existência desta Frente Parlamentar pois temos vários parques nacionais com seus problemas e conflitos, além da Serra de Bodoquena. A gestão é federal, mas o território está dentro do Estado, é necessária a conservação da reserva legal e a indenização dos produtores rurais para resolver esta questão”, completou.
Para o produtor rural Marcelo. “No passado existiu um plano de manjeo autorizado pelo IBAMA, que inclusive para nós produtores rurais é do maior interesse defender o paruqe, sempre defendemos ainda mais nas denúncias de roubo de madeira e incêndios. Somos contra a falta de regularização fundiária nas áreas decretadas. Vamos resolver esse problema
O diretor-tesoureiro do Sistema de Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, afirmou que o produtor rural também tem interesse em resolver o impasse. “No passado existiu um plano de manejo autorizado pelo IBAMA, que inclusive para nós produtores rurais é do maior interesse defender o parque, sempre defendemos ainda mais nas denúncias de roubo de madeira e incêndios. Somos contra a falta de regularização fundiária nas áreas decretadas. Vamos resolver junto esse problema”, adiantou.
Representando o Imasul, Leonardo Tostes Palma, explicou um pouco sobre o trabalho executado pelo órgão. “O Imasul especificamente está recebendo as compensações para fazer as análises de reserva legal e acompanhar toda a questão das áreas. Avalio que precisamos fazer com que o produtor acredite nisso. Que possamos continuar aperfeiçoando nossos métodos e processos”, concluiu.
Por fim, representando a World Wide Fund for Nature WWF Brasil, Warner Bento Filho, acredita que a união é essencial para uma solução. “O diálogo é a base para conseguirmos avançar e parabenizo a decisão da justiça que nos salvou da extinção, passo importantíssimo para a economia, turismo e produção deste País”, relatou.
Paulo Corrêa abriu a reunião da Frente Parlamentar desta terça-feiraO deputado e presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) fez a abertura da reunião que também contou com a presença do presidente do Rotary Club de Campo Grande, Lucimar Lacerda de Melo, representando a Fundação de Turismo (Fundtur), Débora Bordin, Fernanda Almeida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ana Beatriz Melo, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), entre outros integrantes da Frente Parlamentar.
A Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação Ambiental foi instituída pelo Ato da Mesa Diretora 4/2019, em 13 de fevereiro. O grupo de trabalho busca uma atuação unificada em função de interesses comuns, independente do partido político a que pertençam, com a finalidade de promover discussões a cerca da importância dessas áreas de conservação ambiental para todos.