Em entrevista à Rádio Pindorama Jota FM 100.7, no Jornal Ronda do MS com Nelson Feitosa, nesta sexta-feira, 25/10, o Prefeito eleito de Sidrolândia, Rodrigo Basso (PL), agradeceu o voto de confiança da população, relembrou o trabalho político de seu pai, o ex-prefeito Ari Basso, e que trabalhará pra fazer de Sidrolândia o que o pai sonhou. Basso também falou da transição de governo, da relação com a Câmara de vereadores e o Governo do Estado, que esteve em palanque adversário nas Eleições deste ano, e da sua relação com a movimento político de direita.
Sobre Bolsonaro, Ari Basso disse não ser amigo pessoal do ex-presidente, mas que enxergou nele uma maneira diferente de fazer administração pública. “Não somente eu, mas metade do país que o apoiou e apoia, enxergou nele que tem como ser feito de forma diferente, que a gente pode ter gente de linha na política, gente que queira fazer o que é certo, que ache que esse “toma lá, dá cá” tá errado, que as coisas tem que ser feitas de forma honesta”, disse ele em um trecho de sua fala.
Em relação a transição de governo, Rodrigo Basso declarou que as conversas estão fluindo com tranquilidade, e que formalmente a primeira reunião acontece na segunda-feira, dia 28. De acordo com ele, o desejo é fazer uma transição pacífica. “Tanto a vontade da prefeita é entregar da melhor forma possível, ela tem o nome dela a zelar, e o nós também é trabalhar pensando de janeiro pra frente. A eleição passou. A gente já deixou bem claro que a nossa transição é pacífica. Não somos Tribunal de Contas, ninguém vai ficar caçando “pêlo em ovo”, a gente quer uma transição pacífica, pensando na população, porque a gente sabe que dia 2 de janeiro a gente precisa ter coleta de lixo, em fevereiro as escolas têm que estar prontas, março precisamos estar com o uniforme, material escolar e a merenda tudo OK”, disse ele, acrescentando que a saúde tem que estar funcionando em 1º de janeiro, e que vai seguir com a conclusão de obras em andamento, e que trabalhará pra que a partir do primeiro dia “tudo continue rodando”.
A respeito da reunião com o Governador, Eduardo Riedel, e outros prefeitos eleitos, Basso disse que se tratou de uma reunião de apresentação. O Prefeito eleito disse que independente de o atual governador ter estado em palanque adversário nas Eleições, ele admira a administração de Riedel. “A reunião foi mais uma solenidade de apresentação, [e ocorreu de forma] tranquila. (...)Sobre posição política, a gente sabe a posição partidária e entende como funciona. É o jogo. A gente sempre viu isso acontecer. Não temos problema pessoal nenhum. Admiro a administração do Governador, estamos muito bem representados. (...)Tanto Riedel quanto Azambuja, a gente têm conversado com todo mundo, Puccinelli. Todo mundo que ta aí quer o bem do Estado”, disse Basso. O futuro prefeito disse ainda que o município depende do Governo do Estado e do Governo Federal e que continuará conversando com todos.
Rodrigo Basso Basso disse ainda ter ficado surpreso com o resultado expressivo da sua votação. Questionado sobre isso, disse que no dia de uma carreata, que foi realizada pouco antes da Eleição, ele já dormiu tranquilo, pois sabia que não perderia a Eleição, mas que não esperava que a votação fosse tão expressiva. “No dia da carreata a gente se surpreendeu com o tamanho e viu que ganhou. Eu já dormi tranquilo aquela noite. Mas não esperava que seria tanto”, disse ele. Basso também acrescentou que isso o reforça sua responsabilidade em cumprir o que prometeu durante a campanha.
Em uma fala durante a campanha, sobre a falta de ares-condicionados nas escolas, Rodrigo Basso fez uma afirmação que viria a se tornar emblemática, dizendo que não ligaria o ar-condicionado do seu gabinete enquanto as escolas não tivessem o item em funcionamento em todas as salas de aulas. Questionado sobre isso, Basso afirmou que não vai utilizar o ar-condicionado: “Tô pensando que dia 2 de janeiro vou montar um ventilador no gabinete. Um ventilador padrão igual os das escolas, e vamos trabalhar.” “Promessa é dívida”, acrescentou. Em relação ao investimento, Basso afirma ficará em torno de R$1 Milhão a R$1,5 Milhão, e que tentará viabilizar a instalação já no início do mandato. De acordo com o futuro prefeito, entre 240 e 250 salas de aulas, tanto da zona rural quanto da zona urbana, e que todas elas deverão receber a melhoria.
O prefeito eleito também foi questionado sobre sua relação com Reinaldo Azambuja, ex-governador e nome cotado para comandar o PL no ano que vem. Segundo Basso, que é do PL, se Azambuja for para o PL será bem-vindo, e que já sabe do alinhamento do PL nacional com o PSDB.
Sobre o transporte universitário, Basso disse que pretende fazer parcerias com associações, pra chegar á gratuidade do transporte, que isso não vai ocorrer já nos primeiros meses, mas que pretende viabilizar projetos em torno disso o quanto antes. E ainda complementou, dizendo que o sonho é ter faculdades na cidade de Sidrolândia, outro projeto que o prefeito eleito disse que tentará colocar em prática durante seu mandato, cujas conversas já estão acontecendo.
Na infraestrutura, Basso afirmou que a prioridade é duplicar o trecho da rodovia entre a Cotag e a Inpasa, citando também uma emenda do Deputado Gerson Claro, que deverá garantir a iluminação do mesmo trecho, e finalizou dizendo que o primeiro passo é, depois da posse, colocar esses temas no papel.
Câmara de Vereadores
Rodrigo Basso afirmou que já conversou com quase todos os vereadores que comporão a Câmara Municipal a partir do ano que vem, e que fará um governo diferente, sem nenhuma interferência nos assuntos relacionados a Câmara, dando total autonomia inclusive para os vereadores de seu partido, o PL. “Quero ter a melhor convivência com os vereadores. Eles fazem a parte deles e nós faremos nossa parte. Não estou interessado em quem vai ser presidente da Câmara, Presidente de Comissão, se vai ser do meu partido ou não vai ser. Eu falei na campanha e vou cumprir: no dia da posse eu tiro a camisa do partido. Não sou PL, não sou mais nada. Eu sou prefeito de Sidrolândia”, afirmou ele.
Ainda de acordo com Basso, se algum vereador “trancar” as pautas e projetos do executivo, terá que se entender com a população. “Vamos trabalhar de forma diferente. (...) Eu posso garantir que os projetos que vou mandar pra Câmara serão juridicamente muito bem estudados, pra que quando chegar lá não tenham motivos pra eles não aprovarem alguma coisa. Tudo que vamos mandar pra lá é pra beneficiar a população. E se algum projeto não for aprovado por ter algum erro, eu vou agradecer, por que terei a chance de corrigir”, disse ele.
O futuro prefeito terá 5 vereadores em sua base aliada, três deles do seu partido, o PL, um do MDB e um do PRD, o que significa que, teoricamente, não terá maioria na Casa de Leis.
Rodrigo Basso foi eleito com 16.364 votos, 61,27% dos votos válidos, e assume a cadeira como 21° Prefeito de Sidrolândia no dia 02 de janeiro.