Geraldo atua pela inclusão social de crianças indígenas com autismo e outras deficiências

Deputado solicita levantamento detalhado sobre a situação em que vivem os indígenas douradenses nas áreas de saúde, educação e assistência social

12 ABR 2024Por Bruna Teixeira14h24

O deputado federal Geraldo Resende está preocupado com a existência de um número razoável de crianças com deficiência que residem nas aldeias de Dourados que não recebem atenção adequada por estarem distantes das instituições públicas ou filantrópicas que prestem atendimento especializado apenas na área urbana do Município.

O parlamentar vem se reunindo com mães e familiares visando à elaboração de um relatório pormenorizado da situação para, como deputado federal, lutar por programas, recursos e políticas públicas que possam propiciar atendimento especializado dentro das aldeias.

Na última sexta-feira (5) o deputado participou de uma reunião na Escola Tengatuí Marangatu, na Aldeia Jaguapiru, onde ouviu relatos sobre a situação difícil que vivem as famílias que tem crianças com vários tipos de deficiência, entre elas, as que possuem o TEA – Transtorno do Espectro Autista. Em sua fala, Geraldo Resende pediu um levantamento pormenorizado da situação e assumiu o compromisso de trabalhar para a busca de soluções.

“Hoje pela manhã, inauguramos a melhor e mais bela estrutura de atendimento às pessoas com autismo, que foi a segunda etapa da sede da AAGD – Associação dos Autistas da Grande Dourados. É o cumprimento de compromisso que fiz com os eleitores para neste sexto mandato ser o deputado do terceiro setor, das crianças, dos indígenas, dos idosos, das pessoas com deficiência, etc. E o que vejo aqui, o clamor das famílias, nos toca fundo o coração e nos chama para a luta, em conjunto com essa comunidade”, afirmou.

Relatório

Essa semana, Geraldo Resende recebeu um documento da PRO D TEA – Associação de Pais e Responsáveis Organizados pelos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, com relatos em detalhes dos problemas enfrentados na Reserva Indígena de Dourados.

De acordo com o documento, “nas aldeias de Dourados, acessibilidade é um sonho longe de ser alcançado”, porque as ruas são de terra, sem pavimentação, sem patrolamento, sem estrutura nenhuma para que uma pessoa em cadeira de rodas transite sem necessidade de alguém “empurrando” sua cadeira.

A falta de acesso à internet é outro problema, pois “está chegando a passos lentos até as escolas, sendo os únicos lugares onde a grande maioria da população indígena tem este acesso”. Afirma ainda que a população surda dentro das aldeias é pequena, “porém presente e merece ser atendida e respeitada”.

Em relação à cultura indígena, a Associação afirma que a população indígena douradense, de mais de 13 mil pessoas, “não tem nenhum tipo de estrutura organizacional que nos garantam lutar pelos nossos direitos e especificidades culturais. A cada dia percebemos nossas crianças perdendo a essência do ser indígena, (...) perdendo a alma Guarani que é a língua; sem a alma Terena, que é a terra; perdendo sua cultura, sua língua, perdendo o ser indígena com orgulho e luta”.

Saúde

Sobre o setor de saúde o documento da PRO D TEA afirma que apesar de haver quatro Unidades Básicas dentro da Reserva Indígena Douradense,a população com deficiência não tem atendimento multiprofissional básico para intervenções e estímulos que tragam o desenvolvimento do indivíduo”.

Relata que “o cenário é de descaso, desleixo, desumanidade e chega a ser desesperador acompanhar crianças que vem perdendo movimentos, tendo atrofias por falta de atendimento fisioterapêutico, crianças com TEA que crescem sem estímulos e terapias essenciais para desenvolvimento social, físico e emocional.”

A Associação se queixa ainda de que crianças indígenas chegam à idade de 9 a 11 anos para serem laudados e quando são, “não têm nada além da escola para terem esperança de uma vida digna”.

Educação

Afirma a entidade que em muitos casos, os professores e coordenadores das escolas se “juntam” para fazer o encaminhamento de crianças para atendimento de saúde, promovendo eventos para arrecadações visando custear encaminhamentos a médicos particulares para avaliação, cujas crianças somente depois do laudo começam a ter algum tipo de atenção no âmbito educacional.

Autistas

A Associação relata que, devidamente matriculados na rede municipal de ensino das aldeias do município de Dourados há catorze alunos com autismo e 37 com deficiências físicas, paralisia cerebral, deficiência intelectual, neuropatias, surdez, deficiência auditiva, baixa visão, entre outras deficiências

“As deficiências podem até ser diferentes, porém há necessidade de melhor acompanhamento clinico, terapêutico e pedagógico, em todas as áreas (saúde, educação, assistência social, esporte e lazer, cultural, etc), para que todos possam desenvolver-se na sua plenitude com dignidade e respeito”, afirma o documento.

ASCOM DEPUTADO FEDERAL GERALDO RESENDE

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