Aparelhada para produzir amido de milho e farelo de milho, a unidade industrial da empresa chinesa BBCA Brazil em Maracaju deve começar a operar em outubro deste ano, segundo projeção do gerente-geral Hailong Huang. A fábrica está em processo de construção e aguarda a importação de equipamentos da China para finalizar a linha de produção dos alimentos.
A expectativa é de que 300 pessoas sejam contratadas no início da operação, que vai começar tímida, mas com meta de ampliar no futuro o leque da produção – entre os materiais estão a sacola de plástico biodegradável, que dissolve na natureza; utensílios domésticos, como copos e pratos; e até camisas e camisetas, tudo feito a partir do milho.
Nesta semana, durante a feira agropecuária Showtec, em Maracaju, Huang falou sobre os objetivos da indústria. “O amido e o farelo de milho são os produtos para iniciarmos a operação. É um mercado de início dentro de Maracaju. E passo a passo vamos construir uma linha de produção de PLA, que é um material de tecnologia nova”, contou.
Obtido da fermentação de vegetais ricos em amido, como o milho, o PLA e os produtos feitos a partir dele já são produzidos na indústria da BBCA da China, em substituição às fibras petroquímicas e plásticos petroquímicos. Amostras das mercadorias foram trazidas do país asiático para serem expostas durante a feira de tecnologia agropecuária em Maracaju.
A indústria chinesa da província de AnHui tem unidades na França, Bélgica e Estados Unidos, e chegou ao Brasil há quase uma década. Com quatro sedes no País, a BBCA Brazil está em Campo Grande (matriz), Maracaju (fábrica de processamento de milho), São Paulo (escritório de venda de fertilizantes) e Itajaí, em Santa Catarina (escritório de venda de ácido cítrico).
Em 2018 a empresa teve a concessão de incentivo fiscais renovada com o Governo do Estado por meio do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e Equilíbrio Fiscal (Fadefe). A indústria se comprometeu a investir mais de R$ 2 bilhões na instalação da esmagadora de milho em Maracaju, gerando pelo menos 300 empregos.
Hoje, 104 pessoas trabalham nas unidades do grupo em todo o País. 64 delas são brasileiras. “O restante são chineses que entendem português, chinês e inglês. Essas pessoas gerenciam a empresa”, disse Huang. Segundo ele, a principal dificuldade do grupo é encontrar mão de obra técnica e qualificada, “que entendam como funciona uma fábrica – e também de leis e impostos, não só locais”.
Fotos: Chico Ribeiro