Militar da Aeronáutica acusado de matar esposa passa por audiência de instrução

"Ele está judiando de mim e se o denunciar, ele disse que me mata", disse a vítima para avó

07 JUN 2022Por diariodigital09h57

Tamerson Ribeiro Lima, de 31 anos, passou pela audiência de instrução, interrogatório e julgamento nesta segunda-feira, 06 de Junho. Ele é acusado de matar a esposa Natalin Nara Garcia de Freitas, de 22 anos, no dia 06 de Fevereiro, em Campo Grande (MS).

O militar da Aeronáutica é investigado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. O corpo da vítima foi encontrado às margens da BR-060, na saída para Sidrolândia (MS). Os exames apontaram que a mulher foi espancada até a morte.

Durante a audiência, o delegado plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), Christian Duarte foi quem atendeu a ocorrência. Ele contou que estava de plantão quando recebeu a informação de um achado de cadáver. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Operações e Investigações (GOI) estavam no local.

"O corpo apresentava lesões no braço, rosto e queimaduras de cigarro. Até o registro do Boletim de Ocorrência, não tínhamos a identificação apenas que o cadáver era do sexo feminino", discorreu o delegado. Ainda de acordo com ele, o GOI ficou responsável para investigar o caso que era tratado como homicídio.

Na data, oitos pessoas foram ouvidas. Uma delas foi a avó da vítima, Alcilete Albuquerque de Freitas que reside em Paranaíba (MS). Ela contou que a neta foi passar o final do ano no interior junto com a filha e que estava reclamando do casamento. Alcilete criou a vítima desde 12 anos até aos 18 anos, quando Natalin se mudou para Campo Grande (MS).

Segundo ela, Natalin gostava de conversar e em Dezembro, disse que o casamento não estava bem. Ela deitou ao lado da avó e falou que o Tamerson estava a maltratando. "Ele está judiando de mim. Ele me agride e me xinga. Além disso, ele me ameaçou dizendo que se eu o denunciasse, ele me mata", contou a avó relembrando a fala da neta durante a audiência.

No final da conversa, a vítima disse que voltaria para Capital e iria terminar o casamento. Sempre conversava com avó pelo aparelho celular e, um dia antes de ser morta, Natalin mandou mensagem para ela dizendo que iria conversar e se separar de Tamerson. Depois desse dia, a Alcilete não teve mais notícias da neta. Ela chegou entrar em contato o acusado, mas ele não a respondia.

Natalin cursava enfermagem e trabalhou durante a pandemia da covid-19. Ela deixou uma filha de 4 anos, que está sob da avó paterna.

O crime – As investigações apontaram que o militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima, teria praticado o crime de maneira brutal e deixando o corpo por três dias dentro do porta-malas do carro.

O marido teria matado a esposa na sexta-feira, 4 de Fevereiro, com brutalidade. A mulher teria sido espancada e morta com um golpe mata-leão. Porém, o homem somente desovou o corpo às margens da rodovia BR-060 na saída para Sidrolândia no domingo, 6.

O militar foi preso no dia 7 de Fevereiro e levado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Ele ficou em silêncio durante o depoimento e depois foi levado para a cela da cadeia da Base Aérea, já que é militar.

Ele passou por audiência de custódia e teve a prisão convertida decretada pelo Albino Coimbra Neto, da 1ª Vara do Tribunal de Juri da Capital. Vale esclarecer que Tamerson está preso na cadeia da Base Aérea em razão de precedentes jurídicos que separam integrantes das forças armadas dos demais presos.

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