Ministério Público se manifesta contra libertação de traficante foragido

Dias depois de colocar os pés fora da prisão, Gerson Palermo rompeu tornozeleira e fugiu

30 ABR 202011h28

O Ministério Público Estadual (MPE) se manifestou contra a libertação do traficante Gerson Palermo, que conseguiu liminar para cumprir pena em casa por ser do grupo de risco para Covid-19.

O problema é que dias depois de colocar os pés fora da prisão, o condenado rompeu a tornozeleira, fugiu e seu paradeiro é incerto.

A decisão foi tomada pelo desembargador Divoncir Schreiner Maran, atendendo ao pedido feito pela defesa. Como o habeas corpus foi concedido em caráter provisório, aguarda-se uma sentença definitiva e, no desenrolar desse tipo de processo, faz parte dos ritos escutar a Procuradoria.

No parecer, o MPE sustenta primeiramente que o magistrado “pulou” etapas do processo, já que ele pertence à segunda instância, e um pedido semelhante dos advogados de Palermo tramita em primeiro grau na Vara de Execuções Penais, e ainda não foi julgado.

A procuradora Luciana Lucienne Reis D’ávila, que assinou a manifestação, recorda que o preso era líder de uma quadrilha que praticava tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

“Essa vinculação com o grupo criminoso demonstra a periculosidade do recorrente, evidenciando a probabilidade concreta de continuidade no cometimento dos delitos”, afirmou Luciana. Ela recorda ainda que há indícios da participação de servidores públicos ainda não identificados nos esquemas de Palermo, de modo que a prisão dele é fundamental para garantir a ordem.

A procuradora diz ainda que o traficante tem “profundos vínculos” com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), mais um motivo para mantê-lo atrás das grades.

Ele acrescenta ainda que a própria fuga do detento é motivo para não mandá-lo cumprir a pena em casa.

Ainda que a liminar seja revogada em decisão definitiva, agora será preciso encontrar Palermo novamente. A procuradora cita que tão grande é a periculosidade dele que entrou para a categoria de foragido da Polícia Criminal Internacional (Interpol).

Com relação à pandemia da Covid-19, a procuradora sustenta que a doença “não tem, por si só, o condão de impor medidas cautelares diversas da prisão”, já que exceto os três brasileiros que estão hoje na estação espacial internacional, todo o resto do mundo está sujeito à contaminação. Soltar Palermo faria ainda com que “a sociedade não acredite mais na eficácia judiciária”.

FUGA

Palermo carregava mais de 100 anos de condenação pelos crimes que cometeu. Ele estava no Presídio Estadual de Segurança Máxima, em Campo Grande, desde 2017.

Além dos crimes já citados acima na reportagem, ele também foi responsabilizado pelo sequestro de uma aeronave Boeing 737-200 da Vasp, em agosto de 2000. A suspeita é que tenha fugido para o Paraguai.

 

Fonte:CorreiodoEstado

 

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