Mandetta não vê há motivos para pânico com coronavirus

18 FEV 2020Por Flávio Paes09h49

Embora recomende a adoção de algumas cautelas e que o País adote estratégias de combate ao coronavirus, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista exclusiva  à Rede Jota FM, pediu calma à população. 

“Todas as vezes que surge um vírus novo as pessoas ficam receosas. Temos alguns números que mostram ser possível atravessar a situação sem problemas se cada um fizer a sua parte.  A China tem  1,7 bilhão  de habitantes e a cidade com maior número de casos tem 12 milhões de habitantes. Tem 60 mil casos em 12 milhões de habitantes.  Portanto o vírus tem  baixa transmissão. Portanto, evite  aglomeração, lave as mãos. Se tossir ou espirrar use um lençol. Estamos em alto vigilância. Todos os casos  suspeitos  estão sendo investigados. Provavelmente teremos algum”,  declarou o ministro.   

“A vida continua. Não somos uma bolha congelada no tempo. Existe o risco? Existe, porque tem lá na China um vírus novo. As pessoas saem de Pequim, vão para Roma, Lisboa; fazem conexões, convivem com pessoas por 10 ou 12 horas dentro do avião. Estamos blindados, sem risco de nunca vir o vírus aqui? Não, porque isso é próprio da humanidade. Se estiver gripado, com febre e nariz escorrendo, evitar o carnaval. Sempre houve mudança de vírus na história da humanidade. Ou nosso organismo criou imunidade, ou a ciência identifica, mapeia geneticamente e então trabalha com testes rápidos para, depois, termos a vacina”, completou.

Perguntado sobre como ficarão os trabalhos preventivos ao novo coronavírus durante o carnaval, Mandetta disse que as medidas têm de ser estudadas caso a caso. “Não posso comparar o carnaval, por exemplo, de Mato Grosso, com o do Recife. As coisas são diferentes no que se refere à gestão da regulação do sistema.”

 Mandetta vai estar nesta quarta-feira em Assunção no Paraguai, como parte da estratégia brasileira de ajudar os vizinhos no combate ao novo coronavírus. Segundo o ministro, o país que requer mais atenção é a Venezuela, mas, com a ajuda da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), será possível avançar nos trabalhos de vigilância e monitoramento.

De acordo com Mandetta, o Brasil é uma referência não só para os vizinhos, mas para todo o mundo, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse sentido, o Brasil tem ajudado na capacitação de todos os países vizinhos, bem como de alguns da América Central.

“Temos de ser solidários. O Paraguai, por exemplo, tem muita dificuldade com a parte laboratorial. Nós autorizamos que as amostras de seus pacientes suspeitos sejam rodadas aqui. Argentina e Uruguai têm uma boa estrutura. Nos preocupamos com a Venezuela por conta do desmanche do sistema de saúde deles, que resultou em casos de difteria e sarampo, e da fronteira com Roraima, um estado com estrutura de saúde menor e mais frágil’, afirmou o ministro após reunião com secretários de Saúde dos estados e das capitais.

“Por isso, vamos fazer um trabalho de vigilância e monitoramento junto com a Opas, que dialoga com o governo venezuelano”, acrescentou.

Deixe seu Comentário

Leia Também